História da Marca de Smartphones Xiaomi

XIAOMI: VAMOS OUVIR FALAR DELES


Xiaomi. Xiao significa pequeno. Mi significa arroz. Em chinês, claro, já que é essa a origem deste fabricante de produtos eletrónicos que de pequeno não tem nada. Se o nome não te é familiar, não te preocupes: provavelmente é só uma questão de tempo.


Em sete anos, a marca chinesa Xiaomi tomou de assalto o top dos maiores fabricantes de smartphones e vamos convir que a batalha foi - e é - tudo menos fácil, ou não tivesse pela frente dois gigantes, Samsung e Apple, e disputasse o mercado com outros nomes de peso como Huawei, Lenovo ou LG. Ainda assim, segundo a empresa de estudos de mercado Gartner, a Xiaomi fechou o ano de 2017 com 6,9% de quota de mercado mundial.

“Na China, a principal batalha pela liderança no mercado de smartphones costumava ser entre a Samsung e a Apple. Mas deixou de ser assim”. Começava desta forma o artigo do New York Times de 14 de dezembro de 2014 que relatava a ascensão de uma marca de que poucos tinham ouvido falar: a Xiaomi, que nesse verão se tinha tornado número 1 na China e a terceira maior fabricante no mundo.


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Fundada em 2010 por Lei Jun, um engenheiro de 48 anos que é ainda hoje o CEO da empresa, a Xiaomi chegou tarde a um dos mercados mais dinâmicos da economia mundial. A proposta que trazia era simples: smartphones bons, baratos e vendidos através da internet. O que fez a diferença? Uma estratégia de redes sociais bem executada e sobretudo o desenvolvimento de serviços pensados para funcionar nos equipamentos da marca. Ou seja, para a Xiaomi, o end game, como se diz na gíria da gestão quando nos referimos ao objetivo final, não é a venda do smartphone mas a rentabilidade que vem do uso desse equipamento com as aplicações também desenvolvidas pela marca. Por outro lado, o cuidado colocado no marketing e nos eventos levaram a que a empresa fosse apelidada por alguns como a Apple da China.

Importa também dizer que Lei Jun não era propriamente um pequeno empreendedor. Já tinha atrás de si uma carreira como gestor de topo de várias empresas e também como investidor, e fez-se acompanhar na administração da Xiaomi por nomes como o de Lin Bin, que tinha sido vice-presidente do Google China Institute of Engineering. Tudo somado ajuda a explicar que a Xiaomi tenha sido a empresa que mais rapidamente atingiu uma avaliação de 45 mil milhões de dólares, depois de ter fechado um financiamento de 1,1 mil milhões de dólares em dezembro de 2014.


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Apesar da China ser um grande, grande mercado, a empresa não descurou a expansão internacional. Mas, em vez de dar primazia a mercados sempre apetecíveis pelo poder de compra como o europeu e o americano, olhou primeiro para vizinhos mais próximos - como a Índia, Singapura e Tailândia - e depois para mercados como a Turquia e o Brasil. Porquê? Pelas semelhanças com a China: muitos consumidores, boas infraestruturas de comércio eletrónico e operadores de telecomunicações não muito fortes, ou seja, que não concorriam em preço com os equipamentos vendidos pela Xiaomi.


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